Ao narrar a história, da infância à morte, em primeira pessoa, de Rudolf Hoess (oficial que implementou o sistema de Auschwitz), a obra-prima de Robert Merle dá a senha da resistência contra os totalitarismos nacionalistas de direita e decifra os meandros da grande ameaça atemporal do fascismo. Na voz do carrasco ecoam profeticamente os contornos do “mal banal” de Hannah Arendt, 11 anos antes de a filósofa cunhar o conceito.
Com este romance grandioso, pela primeira vez lançado no Brasil 70 anos após sua primeira edição francesa, Merle lançou uma poderosa mensagem, mais atual do que nunca num tempo em que os portais das trevas parecem se reabrir a cada esquina. A dias de ir às urnas, uma reflexão fundamental!
O tradutor Arnaldo Bloch (que também assina o posfácio) conversa com o coordenador-geral do Museu do Holocausto de Curitiba, Carlos Reiss.